
Tempos atrás tive a oportunidade de assistir ao filme de Bruno Barreto "Última Parada 174". Este filme não se propõe a nada além de fazer um uso parcial não neutro da realidade com recursos melodramáticos e muita verba para por o filme para rodar. Tem uma montagem pobre, pois há partes que, dentro do próprio melodrama poderiam ter sido melhor trabalhadas, dentre elas as cenas nas quais se criam as maiores expectativas: o momento que ele se aproveita da mulher que acredita ser sua mãe e principalmente a parte em que ele toma o ônibus, o cara havia cheirado muito pó para ter reaçoes tão "boazinhas" como as que ele teve com a estágiária. Veja bem , nao questiono o filme por não debater a realidade retratada, ou o sistema capitalista que aprofunda a desigualdade e blablabla, mas no que ele se propoe a discutir que é a condiçao humana, ele trabalha mal, nao se resolve, as açoes sao determinadas pelo fato de ele ser um filho da miséria e se confrontam com a índole que nao é má. Há um conflito constante, que aí talvez possamos até pensar uma questão mais ampla: A formaçao. O personagem principal SANDRO é contraposto a outro ALESSANDRO. O primeiro é um favelado que aos dez anos se torna vítima da violência e vê sua mãe, que apesar da pobreza o criaou amorosamente e lhe passou valores como vida e superaçao, morta, o que de certa forma, é perceptível que o traumatiza. O outro é arrancado ainda bebê dos braços de sua mae que é uma viciada e é criado por um narcotraficante, que o cria para sobreviver e perpetuar a lógica do sistema em que está inserido. A categoria vida para o Alessandro é algo limitado à preservaçao da sua, até que passa a se relacionar com Sandro, que apesar de se deixar levar pelo crime, não possui má indole. Um viveu o amor, e outro que nao sabe lidar com isso passa a desejar isso para si. A questao que quero levantar é, - e isso levando em consideraçao q a familia pode em muitos casos ser dada como uma instituiçao quebrada- diante de um cenário caótico, onde o capitalismo elevou a desigualdade e desta como sintoma temos parte da humanidade rebaixada à miséria do existir, como a Educaçao pode agir como mediadora de conflitos, como a instituiçao portadora e transmissora de valores? É realmente possível através da Educaçao, e nao digo da mecanicista, mas da boa escola, que leve o individuo a se formar como um questionador, e se possível um revolucionario barbudo e vermelho,pq não?, modificar esta realidade, mesmo a longo prazo e ainda sem superar, ou melhor, derrubar o sistema capitalista?Açoes pontuais conseguem realmente ir contra a onda individualizante, mesquinha, opressora, etc. do capital? Eu nao sei, mas continuarei tentando... E enquanto isto recomendo a todos que assitiam a filmes como o Ultima Parada 174, eles nao resolvem nossos problemas, mas nos colocam muitas questoes. http://www.ultimaparada174.com.br/
Oi Will!!!
ResponderExcluirAdorei o título-tema do blog, como te disse, me faz lembrar aquele espaço do programa "Provocações" do Abujamra em que ele diz pro convidado falar tudo que ele sempre quis falar mas nunca pode, tudo que viesse à cabeça dele, tudo que ele sempre quis falar, é tipo um "grito da garganta cortada" mesmo... hehehe e além disso tudo ele diz: até porque esse é o programa mais aberto da tv, com menos censura pq é uma meia dúzia que assiste...
hohoho viva o sectarismo!
bjs!