
Amíngüa
I
Todos a seus lares
A soberba enraíza-se nas almas
Todos ostentam seus objetos, suas belezas
Títeres-pavões papagaiados
Sobe junto a todos o estranho
Alguém que está abaixo,
Que não interessa em nada a ninguém
Sua presença atrapalha
Sua presença atrapalha
Seu cheiro enoja
Seu cheiro enoja
Vê-lo irrita... melhor lhe virar a cara
O não-homem se humilha,
Tem fome,
Tem fome,
Tem fome,
Tem no duro chão seu sonho,
Fecha os olhos para ver a vida
Ver a vida?
Em riste espera,
Odeia ter simplesmente nascido
Vive
Não Vive
Melhor não encará-lo
Não se deve lhe dar esta ousadia
Não permitamos a ele achar que terá abrigo
Celulares cantam, cabelos se mexem
Tudo importa
Só ele não importa
O não-homem
Ele espera... ... ... ...
O silencio
Ele espera... ... ... ... ... ...
A lágrima da fome e da humilhação lhe rasgando os olhos e secando-lhe a garganta.
E o que lhe resta é apenas mais um
“Que Deus abençoe a todos, Muito Obrigado!”
II
A mim só resta a dúvida
Dúvida
Será que sou digno
Digno de olhar este não-homem nos olhos?
Não somos dignos,
Será, será, será, será?... ... ... ...
Mas como o problema não é meu
Nao é a mim que a fome tira a vontade de viver
Sou indiferente
O que vale é o meu estar garantido
Sou um homem
... ... ...
Nunca mais me orgulho disso!
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